Reinventar a cidade 

30/10/2025

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Abordagem sistêmica, soluções baseadas na natureza e novas tecnologias se apresentam como respostas da arquitetura e do urbanismo aos efeitos da crise climática sobre o espaço urbano 

Leia a edição de NOVEMBRO/25 da Revista E na íntegra

POR MARIA JÚLIA LLEDÓ

A condição humana de viver coletivamente, em agrupamentos, fez nascer, desde os primórdios da história, diferentes modelos do que hoje chamamos de cidades. Como descreve o historiador britânico Ben Wilson em seu livro Metrópole – A história das cidades, a maior invenção humana (Companhia das Letras, 2024), data de 4000 a.C. a primeira cidade de que se tem registro: Uruk (termo que significa “a cidade”), na antiga Mesopotâmia, atual Iraque. Erguida em uma região pantanosa, o que foi estratégico para a agricultura e a pesca, Uruk já apresentava, de acordo com o historiador, um desenho de ruas e casas para a criação de um microclima urbano capaz de mitigar o sol mesopotâmico.  

Ou seja, há mais de sete mil anos, as condições do clima e da natureza já orientavam projetos arquitetônicos e urbanísticos. No entanto, a partir da Revolução Industrial e, principalmente, da modernização das cidades no século 20, os fatores ambientais ficaram em segundo plano na expansão de áreas urbanas. A cultura do automóvel, dos arranha-céus, dos shoppings e dos e condomínios fechados desenhou outro projeto de cidade. No entanto, hoje, eventos climáticos extremos colocam em xeque o atual modelo, levando a sociedade a questionar qual o papel da arquitetura para reverter esse cenário. 

“Nós estamos entendendo que, neste momento, no qual já se tem um consenso científico do que causa a mudança climática e do que deve ser feito no sentido de reverter o processo, é necessário rever nossas práticas, nossas proposições e, principalmente, a maneira como concebemos, ao longo do século 20, nossa relação com a natureza”, constata o arquiteto e urbanista Renato Anelli, um dos curadores da 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, organizada pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), realizada entre setembro e outubro deste ano.  

A partir do tema Extremos: arquitetura para um mundo quente, a curadoria da Bienal selecionou propostas para enfrentar o aquecimento global e adaptar as cidades – mais de 200 trabalhos de 30 países, de todos os continentes. Na exposição, destaca-se o legado do arquiteto chinês Kongjian Yu, que faleceu em setembro, no Brasil, mundialmente reconhecido por cunhar o conceito de “cidade-esponja”. “Desde o século passado, Yu vinha trabalhando esse tema que também encontra ressonância aqui, com pessoas que estão adotando soluções baseadas na natureza. Se você olhar do ponto de vista do fenômeno, o conceito é muito claro: você tem que atuar nas bacias hídricas. Cuidar das nascentes, ralentar os fluxos de água para evitar as inundações, a jusante e acomodar as águas nas regiões mais baixas, a fim de que as águas cheguem mais limpas e mais lentamente aos seus destinos”, explica a arquiteta Anália Amorim, professora da Escola da Cidade e da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). 

Cidades-esponja seriam capazes de absorver as águas das chuvas, abastecer os lençóis freáticos e dar vazão ao excedente para áreas alagáveis, como as várzeas. Uma alternativa que precisaria ser escalável no Brasil, onde 87% da população vive em áreas urbanas, o equivalente a 177,5 milhões de pessoas, segundo o Censo de 2022. “É muito mais complexo virar uma cidade esponja, mas a gente vai ter que enfrentar esse desafio”, reforça Anelli, que também é diretor de cultura do Instituto de Arquitetos do Brasil de São Paulo (IABsp).  

Em resposta ao avanço das alterações climáticas no litoral, intervenções sustentáveis em regiões costeiras poderiam criar um ecossistema híbrido, que é ao mesmo tempo barreira, habitat, paisagem e espaço comunitário. Esse é o caso do projeto espanhol LIFE COSTAdapta, a ser realizado nas Ilhas Canárias, apresentado na 14ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo (foto: LIFE COSTAdapta).

INTEGRAR CONHECIMENTOS 
Outra resposta aos efeitos climáticos, que têm agravado os períodos de seca e de chuva em pequenas e grandes cidades, vem do conhecimento de povos originários e quilombolas. Tecnologias ancestrais cada vez mais adaptadas e incorporadas pela arquitetura. Na Bienal, a instalação Nhandero “Nossa Casa Mundo”, realizada pela Associação Casa Floresta, em parceria com o povo Guarani M’bya da comunidade Tekoa Kalipety, na Terra Indígena Tenondé Porã (SP), apresentou ao público técnicas construtivas ancestrais. No material expositivo da obra, Karai Isaque, da aldeia Kalipety, conta que a casa tradicional dos Guarani é fresca no tempo quente, protegida da água da chuva e ventilada. Liderança indígena da mesma aldeia, Jerá Guarani, que integrou o comitê curatorial da 14ª Bienal, complementou: “por isso somos ensinados desde pequenos a pegar, tirar, cortar, caçar, pescar, arrancar somente o necessário”. 

A partir desses saberes e fazeres, a arquitetura contemporânea vem pesquisando e criando outras formas de habitação das áreas urbanas. Um exemplo é o trabalho da rede colaborativa de arquitetura Sem Muros, que defende uma arquitetura integrada social, ambiental e economicamente. Recentemente, ao criar um projeto de cozinha comunitária para a aldeia Yakã Porá, do povo Guarani M’bya, em Ubatuba, em Ubatuba, litoral norte de São Paulo, a rede não só trabalhou com a comunidade e recursos naturais locais (estrutura de bambu, coberta de palha), como também agregou outros conhecimentos ao projeto. 

“A cobertura do teto é de uma palha da região, a guaricanga, que antigamente se usava para cobrir as casas da aldeia, mas que com o tempo começou a desaparecer no território. Então, como a gente cuida disso? E para além disso, como implementar o tratamento das águas, para que possam ir para um lago com peixes e, ainda, irrigar a guaricanga? Ou seja, trazemos também uma tecnologia para esse espaço. No final, é sobre ir conectando esses processos”, conta a arquiteta e urbanista Flávia Burcatovsky. 

Outros projetos da rede Sem Muros – como a Casa Viva, no Butantã, zona Oeste da cidade, cujo solo é 100% permeável – seguem esse olhar que integra natureza e comunidade. “A permacultura é uma base muito importante para a gente, porque ela é uma metodologia de planejamento de assentamentos humanos mais sustentáveis. E essa metodologia tem uma visão sistêmica”, explica o arquiteto e urbanista Tomaz Lotufo. Isso significa, segundo o arquiteto, “que você não está olhando o objeto a ser construído e, sim, a água, o vento, o ar, as questões locais de disponibilidade de materiais, a produção de alimentos e como é possível, por meio da construção, fortalecer a economia”. Dessa forma, complementa, “a arquitetura nasce de uma visão contextual”. 

Na exposição Water future scenarios: sustainable water urbanism (Cenários do futuro da água: urbanismo baseado na sustentabilidade da água), na Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo, cinco projetos chineses lançam propostas e reflexões sobre ambientes hídricos em escalas nos espaços urbanos (imagem: NODE Architecture & Urbanism).

DESCENTRALIZAR SOLUÇÕES 
A partir da observação da incidência de luz e da corrente de ar num espaço fechado, os engenheiros Amadeu Oliveira Coimbra, Ernesto August Boeckmann e Antônio de Góes criaram, nos anos 1920, um elemento que se tornaria um dos símbolos da arquitetura brasileira: o cobogó. Batizada com a inicial dos últimos sobrenomes de cada um, a invenção consiste em um tijolo vazado que permite iluminação e ventilação naturais em construções. A primeira construção com cobogós é de 1930, a Caixa d’água de Olinda (PE), e desde então, eles se tornaram uma alternativa ao calor extremo ao proporcionarem conforto térmico e eficiência energética em casas e prédios.  

Atualmente, esses elementos construtivos vazados assumem diversas formas e desenhos, e podem ser feitos a partir de diferentes materiais, como resíduos coletados em caçambas de obras. Frequentemente, estão em projetos que seguem práticas sustentáveis, somados a outros elementos arquitetônicos que atendem a uma preocupação com a escolha e a gestão de materiais, desde a concepção da edificação até a operação. Neste ano, um relatório lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e pela Aliança Global para Edifícios e Construção, mostrou que um número cada vez maior de países trabalha para utilizar materiais de baixo carbono, melhorar a eficiência energética e adotar energias limpas e renováveis nos edifícios. Isso porque o setor de construção ainda consome 32% da energia global e contribui para 34% das emissões globais de gases de efeito estufa. 

“O que se constrói hoje é o que se pensou ontem, e o que a gente pensa hoje é o que vai ser feito amanhã. Então, vivemos um desafio enorme. Todas essas questões urgentes fazem a gente repensar como os edifícios do futuro vão ser”, analisa o arquiteto César Shundi do escritório SIAA, que em parceria com o escritório Apiacás, é responsável pelo projeto do Sesc Franca, no interior do estado de São Paulo. Para o projeto dessa unidade que, neste mês, completa um ano da sua inauguração, Shundi ressalta a importância do reconhecimento da geografia do território como ponto de partida. “A ideia central do projeto, mais até do que do próprio edifício, é sua relação com o meio urbano e com as características da própria cidade. O terreno fica numa encosta, portanto, pensamos em um edifício que se encaixa nessa topografia e que não só a respeita, como a utiliza como elemento de organização desse espaço”, explica. 

Outra questão avaliada, segundo o arquiteto Anderson Freitas, do escritório Apiacás, foi como esse projeto de grande escala, com uma multidiversidade de programas, se relacionaria com a cidade. “E aí, me chama a atenção uma discussão muito importante. Um problema que a gente tem que enfrentar daqui para frente: entender que cada lugar é único. Cada lugar deve, portanto, ter seu enfrentamento [aos efeitos da crise climática], a partir do ponto de vista do projeto, com muito cuidado, com muita aproximação do contexto de cada situação”, pondera Freitas, que também é professor da Escola da Cidade.  

Novas tecnologias foram mais uma ferramenta usada para atender às necessidades de gestão energética, hídrica e de resíduos na unidade de Franca. “Desde dispositivos para economia de energia, por meio de equipamentos de automação, até outros que permitem a economia e o reúso de água. A utilização de tecnologias para um prédio, o mais eficiente possível, também se somou a boas práticas básicas da arquitetura – recursos que não são invenções novas, mas que integradas a todo esse aparato tecnológico dão um bom resultado. Como proporcionar ventilação e iluminação naturais”, explica o arquiteto Bruno Salvador, do escritório SIAA.  

No final, além de uma criteriosa análise do contexto ambiental, social, cultural e econômico da região para o desenvolvimento de um projeto que incorpora tecnologias de diferentes origens, o grupo de arquitetos aponta outra condição fundamental. “A arquitetura é um bem durável. Nesse sentido, a gente pode contribuir para esses equipamentos urbanos que têm longa permanência, longo tempo de inter-relação com as cidades. Por isso, é nosso dever projetar esses equipamentos de forma cada vez mais amigável em relação ao meio ambiente”, conclui o arquiteto Pedro Barros, do escritório Apiacás.

O projeto chinês Tank Shangai, apresentado na Bienal Internacional de Arquitetura de SP, mostra o Tank Shanghai Art Center, que ocupa uma antiga zona industrial às margens do Rio Huangpu, que passou por um longo e rigoroso processo de descontaminação para ser transformado em espaço de lazer para a comunidade (foto: Insaw Image). 

REFLORESTAR IMAGINÁRIOS 
Quando reparamos no trabalho minucioso do joão-de-barro, que espera uma trégua do período de chuvas para construir seu ninho, percebemos a inteligência de outros seres que, a partir da observação do clima e de recursos naturais, como barro, palha, raízes e galhos, são capazes de criar abrigos que protegem e duram. Outras espécies também se encarregam de criar suas próprias arquiteturas diante das especificidades dos territórios que ocupam. Recuperar essa perspectiva, enquanto seres que fazem parte da natureza e não a subjugam, revela outra maneira de nos relacionarmos com a cidade e os espaços que nela ocupamos e construímos.  

Essa visão sistêmica nos permitiria, segundo o arquiteto Tomaz Lotufo, perceber a importância de três elementos essenciais à vida: o verde, as águas e o solo. “A gente precisa de parques, de praças, de quintais e de ruas permeáveis. Precisa de um planejamento para as cidades que garanta um solo esponjoso, que tenha matéria orgânica em constante decomposição para não compactar. Com isso, a gente tem infiltração da água e essa bomba maravilhosa que é a árvore, vai bombeando a água que entra no solo. A evaporação é devagar e ela equilibra a temperatura da cidade”, explica.  

Em São Paulo, diversas iniciativas se encarregam de apresentar soluções baseadas na natureza [Leia em Cuidar da casa] com o intuito de mitigar os efeitos climáticos a partir da preservação desses três elementos. “Tem gente abrindo nascente em praça, fazendo agroflorestas urbanas, hortas urbanas, casas com sistemas de permeabilidade”, elenca Lotufo. Soluções que, mesmo em pequena escala, servem de exemplo como outro modelo urbano possível, e podem se expandir a partir de políticas públicas.  

É preciso, ainda, que a população caminhe pelo próprio bairro e que estenda o passo para conhecer outras regiões. Como escreveu o historiador Ben Wilson em Metrópoles, “uma cidade tem de ser experienciada por meio dos sentidos – é preciso olhá-la, sentir seu cheiro, tocá-la, caminhar por ela, lê-la e imaginá-la – para apreender sua totalidade”. E assim, reivindicar o direito à cidade, previsto na lei no 10.257/2001, “entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações”. Afinal, conclui a professora Anália Amorim: “quando a gente mexe na cidade, a gente está mexendo, na realidade, no planeta inteiro.”

Do desenho à edificação, a arquitetura do Sesc Franca apresenta preocupação com a geografia e o meio ambiente, assim como as características da cultura do território (foto: Pedro Mascaro)

Cuidar da casa 
Na arquitetura das unidades, em ações educativas permanentes e nas programações, o Sesc São Paulo fomenta a cultura da sustentabilidade 

Pouco tempo depois das primeiras conferências internacionais voltarem-se a políticas de preservação do meio ambiente, o Sesc São Paulo realizava suas primeiras incursões alinhadas aos valores da sustentabilidade. Já na década de 1970, houve a inauguração do Sesc Interlagos, na época denominado Centro Campestre, e a elaboração de projetos envolvendo os tópicos da ecologia e do meio ambiente. Nesse compasso, a arquitetura das unidades na capital, interior e litoral do estado de São Paulo sempre visaram uma preocupação com território, acessibilidade e integração, além da preservação de áreas verdes, redução e reuso de água, eficiência energética e gestão de resíduos. 

O compromisso com a responsabilidade socioambiental no Sesc São Paulo se apresenta desde a concepção dos projetos, passando pela construção, até a manutenção de suas instalações físicas. Materiais certificados, sistemas de ventilação cruzada, aproveitamento da iluminação natural e dispositivos para uso racional da água e da energia são alguns dos recursos utilizados para reduzir o impacto ambiental e promover o conforto dos usuários.  

Com o objetivo de reduzir o consumo de energia e ampliar o uso de fontes limpas, o Sesc ainda investe em soluções como iluminação LED, sensores de presença, automação predial e equipamentos de alta eficiência. Ao todo, 20 unidades dispõem de placas de aquecimento solar usadas no aquecimento da água do chuveiro e na climatização da água da piscina. A unidade de Franca, por exemplo, opera com painéis solares, que geram parte da energia consumida, e no Sesc Guarulhos, o esgoto gerado passa por um processo interno de tratamento, desde sua inauguração, em 2019. Já em Jundiaí, o projeto arquitetônico da unidade apostou na transparência, com a utilização do vidro, o que permitiu melhor aproveitamento da luz natural e, por consequência, do consumo de energia. A mesma lógica foi aplicada na circulação do ar, com sistema de ventilação cruzada. 

Desde 2012, as novas unidades tiveram projetos desenvolvidos com o apoio de consultoria para certificação ambiental, um sistema global que avalia a sustentabilidade de construções e os empreendimentos, avaliados em categorias – como eficiência hídrica, energia, materiais e transporte. Entre as unidades que já receberam a certificação LEED [sigla, em inglês, para Leadership in Energy and Environmental Design, ou Liderança em Energia e Design Ambiental em português], estão Sorocaba e Avenida Paulista. Para além das estruturas prediais do Sesc São Paulo, a sustentabilidade está presente nas áreas verdes cultivadas e preservadas – 4.600.000 metros quadrados, o equivalente a 562 campos de futebol –, incluindo a Reserva Natural Sesc Bertioga, uma área protegida com cerca de 60 hectares de Mata Atlântica, localizada na zona urbana.  

A cultura da sustentabilidade também se encontra em ações educativas permanentes e programações a partir de encontros presenciais e virtuais, vivências, oficinas, cursos e nos Centros de Educação Ambiental (CEAs). Criados com o objetivo de oferecer ao público espaços permanentes para a realização de atividades educativas relacionadas às questões socioambientais, os CEAs estão presentes no Sesc Bertioga, Guarulhos  e Mogi das Cruzes, para visitação espontânea  ou mediada. Ao final, a sustentabilidade atua como um eixo transversal  às ações culturais, educativas, sociais e operacionais do Sesc São Paulo, e fomenta reflexões sobre diferentes maneiras de produzir, consumir, habitar, comunicar, alimentar, deslocar e se relacionar no (e com o) planeta. 

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